Marte pode ser o próximo planeta hospedeiro para humanos, mas como você produz oxigênio suficiente para viver lá? Esta questão tem atormentado os cientistas por eras. Investigadores portugueses e espanhóis afirmam agora ter encontrado a solução. Isso envolve a decomposição do dióxido de carbono usando a tecnologia de plasma frio.
Muito esforço já está sendo feito para estabelecer uma colônia humana em Marte. Mas um dos maiores entraves que pode pôr em causa este projecto é o relacionado com o fornecimento de oxigênio hora extra. E isso necessariamente envolve a produção no local. A abordagem mais avançada proposta até hoje vem do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Sua solução é baseada em células de eletrólise de oxigênio sólido (SOEC). Os pesquisadores agora estão falando sobre outra possibilidade muito mais eficaz.
Marte: como produzir oxigênio lá de forma sustentável?
março fornece "condições quase ideais" para a criação de oxigênio a partir de dióxido de carbono. Isto é confirmado por uma equipa de investigadores das universidades de Lisboa e Porto, mas também da École Polytechnique (Paris). O método proposto é baseado no uso da tecnologia de plasma frio em um processo de decomposição de CO2. Isso permitiria que o dióxido de carbono fosse decomposto em monóxido de carbono (CO) e oxigênio (O2).
As condições em Marte se prestam a isso, especialmente porque sua atmosfera é composta de 96% de dióxido de carbono. Os pesquisadores também afirmam que a baixa pressão atmosférica no Planeta Vermelho permitiria a criação de plasmas sem as bombas de vácuo e compressores necessários na Terra, embora "a melhor fonte de plasma para uso em uma missão a Marte" ainda não tenha sido determinada.
Além disso, a temperatura de cerca de -60°C no planeta vermelho é suficiente para permitir que o plasma quebre mais facilmente a ligação química que mantém o carbono e o oxigênio fortemente ligados. Por enquanto, os pesquisadores estão apenas na fase de prova de conceito, tendo concluído com sucesso o processo experimental em laboratório. Segundo eles, esse sistema exigiria apenas 150 a 200 watts de energia por 4 horas por dia para produzir de 8 a 16 quilos de oxigênio.
Eles explicam que os tripulantes da Estação Espacial Internacional consomem, por exemplo, de 2 a 5 quilos de oxigênio por dia. Podemos nos permitir acreditar no funcionamento desse novo método, mesmo que tudo isso permaneça puramente teórico. Por fim, lembre-se de que os Estados Unidos agora querem a primeira missão tripulada a Marte para 2025.
Detalhes de seu estudo podem ser encontrados na revista Plasma Sources Science and Technology.
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